Sobre Una Nutrição 2015

Este blog e seu conteúdo foram criados somente de intento informativo, não substituindo a opinião médica. Todos devem sempre consultar seu médico antes de tomar qualquer decisão no que diz respeito a saúde.

Disfagia e Afagia

DISFAGIA - Dificuldade para engolir, Disfagia é o termo médico utilizado quando o paciente refere dificuldade para engolir. A disfagia não está necessariamente associada à dor para engolir, mas sim a uma sensação subjetiva de dificuldade de fazer o alimento percorrer o caminho entre a boca e o estômago.


AFAGIA - Impossibilidade de deglutir, termo técnico usado em hospitais. Quando o individuo não consegue engolir qualquer tipo de alimento seja ele sólido ou liquido.



PROCESSO NORMAL DE DEGLUTIÇÃO

Fase oral da deglutição

A deglutição começa com o processo de mastigação, que umidifica a comida e a transforma em bolo alimentar maleável, com formato e tamanho apropriados para ser engolido. Após uma mastigação rápida, nossa língua move-se de forma a empurrar a bolo alimentar em direção à faringe. Essa parte inicial é chamada de fase oral da deglutição e é feita através da contração voluntária dos músculos da face e cavidade oral.

Fase faríngea da deglutição

Ao chegar à faringe, o processo de deglutição torna-se involuntário, ou seja, ele é feito de forma automatizada sem que precisemos ter ciência de cada passa que será dado. Como a faringe é uma via comum para o ar que respiramos e o alimento que comemos, para que não haja risco do bolo alimentar ir em direção aos pulmões, a passagem para a laringe/traqueia precisa ser ocluída no momento em que estamos engolindo algo.

Fase esofagiana da deglutição

A última fase da deglutição é a fase esofagiana, que consiste na passagem do alimento pelo esôfago. No início e no fim do esôfago existem dois músculos em formato de anel, chamados, respectivamente, de esfincter esofagiano superior e esfincter esofagiano inferior. A função de ambos os esfincteres é impedir que o conteúdo presente no estômago volte em direção à boca.

Os pacientes com paralisia cerebral do tipo tetraparesia espástica apresentam alta incidência de disfagia orofaríngea, somando seus diferentes graus de comprometimento. Em relação à hidratação, o líquido no foi o mais utilizado nos pacientes que apresentam Deglutição Funcional e Disfagia Leve. Alimentam-se em sua maioria de consistência pastosa, com grande parte dos pacientes com disfagia orofaríngea grave, fazendo uso de via alternativa de alimentação.

Estudos da literatura, afirmam que os pacientes com paralisia cerebral, em decorrência de suas alterações posturais e sensório-motoras, apresentam alterações na função de deglutição, que vão desde comprometimentos no transporte do bolo alimentar para faringe, até a presença de aspiração traqueal do alimento.Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2009;14(2):172-6

As alterações no processo de deglutição comprometem a ingestão alimentar e podem ser a principal causa do desenvolvimento de um processo de desnutrição, principalmente em indivíduos hospitalizados e idosos.  A disfagia com risco nutricional em indivíduos adultos e idosos hospitalizados.

Foram estudados 100 pacientes, de ambos os gêneros, internados em um hospital geral localizado no município de São Paulo, em outubro de 2010. Selecionaram-se para o estudo todos os pacientes com até 48 horas de internação. Para a identificação do risco de disfagia foram adotados dois instrumentos: Questionnaire for dysphagia screening (QDS) adaptado por Chaves e Andrade (2010) e o recomendado pela “I Consenso Brasileiro de nutrição e disfagia em idosos hospitalizados” da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG, 2010). Para identificação do risco nutricional, foi utilizado o instrumento de triagem nutricional (TRINUT), desenvolvido por Aquino (2005).

Os resultados dos riscos de desnutrição e disfagia foram dicotomizados entre ausente e presente e foi associado pelo teste de qui-quadrado, adotando-se um nível de significância de 5%. A análise de concordância entre os instrumentos da SBGG e QDS foi realizada segundo o coeficiente kappa, considerando-se os critérios de Landis e Koch (1977). Resultados a amostra constituiu-se de 67 adultos e 33 idosos. Verificou-se o risco de disfagia em 65% dos pacientes, segundo SBGG, e 58% segundo QDS, e o risco nutricional foi observado em 71% da amostra. Em relação ao grupo etário, foi observado que o risco de disfagia e o risco nutricional foram mais frequentes em idosos (81,8% e 87,9%, respectivamente). Houve associação estatisticamente significativa entre risco de disfagia.
Conclusão o risco de disfagia é muito frequente entre os indivíduos hospitalizados, principalmente idosos, e a ambos necessitam de triagem no momento da internação hospitalar para adequada intervenção e consequente, melhorar o prognóstico.

INTERVENÇÕES EM DOENTES COM DEGLUTIÇÃO COMPROMETIDA

A introdução de alimentos de forma fraccionada, tal como a sua viscosidade (pastosos) são técnicas eficazes para evitar complicações como a desnutrição, desidratação e infecções respiratórias. Efectuando a protusão da língua e abertura da mandíbula, ocorre uma estimulação dos músculos genioglosso e supra hióideos. Em presença de um bolo com consistência mais sólida estes músculos podem tornar-se mais fortes e longos. A deglutição supraglótica, fortalece os músculos do osso hióide, expande a amplitude de movimento do mesmo e aumenta o efeito de protecção da via aérea.

A estimulação eléctrica produz efeitos favoráveis na recuperação da disfagia nos doentes após tratamento de cancro de pescoço e da cabeça. Um programa precoce de deglutição de alta intensidade promove a recuperação da função normal da deglutição em doentes com AVC. A administração de líquidos constitui um alto risco para pacientes com a deglutição comprometida. Estímulos mecânico e térmico sobre os pilares do palato e gloso não produzem resposta motora na fase faríngea.


O médico indicado para investigar casos de disfagia é o gastroenterologista.

Em geral, o primeiro exame a ser solicitado é a endoscopia digestória, que é capaz de diagnosticar diversas causas de disfagia, tais como a presença de tumores, anéis, membranas, esofagite e divertículos. Se a endoscopia for normal, exames como a esofagografia com bário ou a manometria esofágica costumam ser o próximo passo.

TRATAMENTO DA DISFAGIA

Como a disfagia é um sintoma, e não uma doença, o seu tratamento depende, obviamente, da sua causa. Doenças completamente distintas, como tumores, AVC e refluxo gastroesofágico podem até apresentar sintomas semelhantes, mas o seu tratamento é completamente diferente.


Portanto, sem ter um diagnóstico estabelecido, não é possível indicar um tratamento adequado para a disfagia ou afagia do paciente.


Revisão de literatura através de bases de dados: ISI Knowledge, EBSCO, Oaister, Biblioteca Virtual em Saúde. As palavras-chave utilizadas foram: Intervenções, Disfagia, Reabilitação; Técnicas de Deglutição. Os critérios de inclusão foram: artigos publicados em português e inglês, com acesso livre, texto completo, desde 2005.

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